20/04/2009

Prémio Literário Maria Ondina Braga

Entregue em cerimónia pública a 23 de Abril

MARIA ARAÚJO DA SILVA É VENCEDORA

DO PRÉMIO LITERÁRIO ONDINA BRAGA


Maria Araújo da Silva, com um trabalho assinado sob o pseudónimo de Maria Lucas, é a vencedora do “Prémio Maria Ondina Braga” promovido pelo Município de Braga para «honrar a memória» da escritora bracarense. “Maria Ondina Braga - A Viagem em Demanda de Identidade” obteve a apreciação unânime do júri convidado pelo Pelouro Municipal da Cultura.

No trabalho vencedor, a autora «analisa com sagacidade temas essenciais para a compreensão da obra de Maria Ondina Braga, tais como a demanda da identidade, a abertura ao exótico e ao diferente na perseguição da alteridade, o jogo da revelação-ocultação do universo feminino e da sua dignificação e o regresso à infância».

O trabalho motiva «viva recomendação» dos membros do júri à sua edição, uma vez que «constituirá um notável enriquecimento da crítica ondiniana e contribuirá para a divulgação e conhecimento a nível nacional da ilustre escritora bracarense».

De acordo com a Vereadora da Cultura, o prémio – no valor de 2500 euros – é entregue em cerimónia pública a realizar quinta-feira (23 de Abril, 21h30), na Biblioteca Craveiro da Silva.

Maria Araújo da Silva é professora na Escola Secundária de Esposende, leccionando também Língua Portuguesa e Língua Francesa numa Universidade de Paris.

Instituído pelo Município de Braga, o Prémio Literário Maria Ondina Braga tem como objectivo desenvolver o gosto pela leitura e pela escrita e, assim «honrar a memória desta insigne escritora, nascida e falecida na cidade e cuja obra representa um património da mais elevada importância para a cultura nacional e um grande motivo de orgulho para todos os bracarenses».

O concurso é aberto à participação de cidadãos nacionais ou estrangeiros, desde que naturais ou residentes nos distritos de Braga e Viana do Castelo.

Maria Ondina Braga nasceu em Braga a 13 de Janeiro de 1932, onde fez os estudos liceais. Iniciou-se nas letras através da poesia, tendo publicado dois livros de poemas, a par de crónicas de carácter social para jornais bracarenses.

Instalou-se em Inglaterra e depois em França, aliando o trabalho e o estudo. Como docente, ensinou Inglês e Português em Angola, em Goa (onde assistiu à ocupação indiana) e também em Macau, entre 1959 e 1965.

Herdeira de «uma poderosa tradição clássica», mas aqui e ali «sobressaltada por um especial instinto de renovação», Maria Ondina Braga «combina» com extrema sensibilidade a «memória, conto, novela, romance e crónica», tendo sido tradutora de autores como Graham Greene, Bertrand Russel, John Le Carré, Herbert Marcuse, Anaïs Nin e Tzvetan Todorov.

Depois de ter vivido grande parte do seu tempo em Lisboa – onde colaborou também com jornais e revistas como o “Diário Popular”, “A Capital” e “Colóquio/Letras” –, Maria Ondina Braga recolheu-se em Braga, tendo sido homenageada pela Câmara Municipal (1990), que lhe atribuiu igualmente a Medalha de Ouro da cidade (1994).

Para o também reconhecido José António Barreiros, Ondina Braga é «exemplo de uma escrita no feminino, excepcional pela sensibilidade, pela densidade dos sentimentos, pela agudeza da observação humana»: «reclusa no seu universo pessoal, está ali contida, num interior existencial, a totalidade da essência do mundo que vale a pena ser vivido; transmuta a carne em alma, toda a Natureza na Pessoa pela alquimia da literatura».

Câmara Municipal de Braga, 20 de Abril de 2009

P’ O Gabinete de Comunicação,

(João Paulo Mesquita)